Famalicão conta história de Armando Bacelar no ano do seu centenário

Vila Nova de Famalicão vai contar a história de Armando Bacelar, o advogado, político antifascista, ministro, crítico literário e poeta que se notabilizou a nível nacional como líder da Oposição Democrática à ditadura do Estado Novo, conjugando a sua ação política com a dinamização cultural e literária.
É já no próximo dia 24 de abril, pelas 17h30, no Arquivo Municipal Alberto Sampaio, em mais uma sessão do ciclo de conferências “Conta-me a História”, que o município de Famalicão tem vindo a promover à volta da sua história e das suas figuras mais proeminentes.
Inserida no âmbito das comemorações do 25 de Abril, a mesa redonda conta com a participação das filhas de Armando Bacelar, Eva e Manuela Bacelar. Estarão ainda presentes a investigadora Filipa Sousa Lopes, que irá abordar a faceta de “político”, Joaquim Loureiro irá falar sobre o “advogado”, será ainda lido um texto de Amadeu Gonçalves que aborda a caraterística de “crítico literário e teórico do Neorealismo” de Armando Bacelar e estará ainda presente Artur Lopes. A conferência será moderada pelo historiador Artur Sá da Costa.
Com esta iniciativa dá-se início também às Comemorações do Centenário desta figura cimeira do concelho de Vila Nova de Famalicão. Armando Bacelar nasceu em 1919 e faleceu em 1998. O programa comemorativo estende-se, assim, por várias iniciativas que irão abordar a sua plurifacetada personalidade e as suas múltiplas atividades. Entre outras iniciativas destaca-se a inauguração de uma exposição bibliográfica, com base no seu espólio e biblioteca doado à Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, um colóquio sobre as várias facetas da sua personalidade e as múltiplas atividades onde se envolveu e a edição da Coletânea de poesia “Eu e Tu Só”, uma obra inédita da sua autoria que foi também oferecida à Biblioteca Municipal. Prevê-se ainda a edição dos Ensaios Literários organizados por Amadeu Gonçalves “Pre/textos: Armando Bacelar teórico do neorrealismo?” e uma sessão solene a decorrer a 25 de Setembro (dia do aniversário).
Armando Bacelar participou em todos os combates políticos relevantes no pós-guerra até à Revolução do 25 de Abril de 1974. Ainda estudante na Academia de Coimbra colaborou com os escritores Fernando Namora, José Gomes Ferreira, João José Cochofel, Joaquim Namorado na criação da revista Vértice e no lançamento do Novo Cancioneiro, donde emerge o Movimento literário e artístico do neorrealismo. A advocacia que exerceu desde 1944 com o escritório em Famalicão foi também um instrumento de luta política na defesa dos presos políticos nos tribunais plenários. Foi ministro dos Assuntos Sociais no I Governo Constitucional. Em 1996 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 1992 apresentou nas II Jornadas de História Local uma comunicação onde divulgou as suas memórias, num texto publicado no Boletim Cultural de Famalicão “Memórias de Tempos Idos”. Por essa altura doou ao município de V.N. de Famalicão a sua biblioteca pessoal (2605 livros) e o seu espólio (611 unidades), os quais estão no Fundo Local da Biblioteca Municipal. Doou também uma coletânea de poesia “Eu e Tu Só”, onde seleciona a poesia dispersa que publicou, expressando em carta a vontade de a publicar, o que nunca aconteceu.
Refira-se que a iniciativa “Conta-me a História” insere-se no plano maior “25 de abril – Memória e Futuro”, que arrancou em 2015 com a criação da “Biblioteca Digital – Fundo Local da Oposição Democrática”, que disponibiliza online através do site da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco documentos exclusivos das lutas pela liberdade no concelho e no país.

 
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