O Ministério Público pediu uma pena entre os 21 e os 23 anos para a mulher de 48 anos acusada de matar à facada um empresário têxtil em Oliveira São Mateus, em julho de 2020. Nas alegações finais do julgamento, realizada já hoje, a Procuradora considera que Cristina Oliveira agiu com "frieza de ânimo", infiltrando-se na casa de Joaquim Costa com o intuito de o roubar, e revirando a casa ao longo de mais de uma hora, enquanto a vítima jazia já morta no chão da sala, vítima das oito facadas que lhe desferiu.

A defesa, por sua vez, solicitou a alteração da qualificação jurídica do crime pelo qual a arguida está acusada. Considera que o crime de homicídio qualificado deverá ser substituído por roubo agravado pelo resultado, a morte, atendendo a que nunca terá querido tirar a vida ao empresário que conhecia, e para o qual havia trabalhado a feito, anos antes.

O crime remonta a julho de 2020. A mulher agiu encapuzada e de luvas, entrando na casa de Joaquim Costa com o objectivo de o roubar, sabendo que tinha dinheiro em casa, para resolver dívidas que tinha, e que estava a ser pressionada a pagar num caso concreto. De facto, conseguiu levar a quantia de oito mil euros de um cofre que a vítima tinha em casa. O crime esteve impune durante quase um ano. Em abril do ano passado, finalmente, a Polícia Judiciária de Braga deteve Cristina Oliveira, depois de recolhida prova "vastíssima", nomeadamente, de ter confirmado o seu ADN num cabelo encontrado no corpo da vítima, numas luvas abandonadas no local do crime, e num pequeno resíduo de sangue.