Confessa homicídio de empresário de Oliveira São Mateus, mas nega intenção de matar

Cristina Oliveira confessou esta quinta-feira que matou Joaquim Costa na madrugada do dia 20 de julho de 2020. Na primeira audiência do julgamento em que está acusada de homicídio qualificado, furto qulaificado, e detenção de arma proibida, a mulher de 48 anos rejeitou, contudo, que tivesse planeado fazê-lo. "Agi por instinto. Não pensei...", disse, alegando que o empresário que encontrou a dormir no chão da sala reagiu à sua presença, ainda antes de o tentar pôr inconsciente e tentar manietar, e que foi para se libertar dele que acabou por fazer uso da faca que cozinha que levara dentro de uma mochila, e com a qual se muniu apenas em necessidade de "abrir uma porta ou forçar uma entrada".

Esta é, no entanto, uma tese que não colhe para a Polícia Judiciária de Braga, que investigou o homicídio e acabou por chegar à autora quase um ano depois. De acordo com o inspector que depôs já hoje em tribunal, é pouco plausível que a arguida tivesse conseguido desferir oito facadas a Joaquim Costa, com este de pé, desperto, e envolvido fisicamente consigo. Opôs os cerca de 80 quilos de peso e mais de 1,60 metros de altura da vítima, aos cerca de 50 quilos e pouco mais de 1,50 metros da agressora para considerar inverosímil a versão apresentada. A leitura que a investigação faz do cenário do crime é de que o empresário estivesse deitado sobre o seu lado direito, tendo sido atingido ainda a dormir, sempre do lado esquerdo, aquele que tinha exposto, porque só assim uma mulher fransina teria conseguido impôr-se ao homem com uma complexão física bastante mais poderosa que a sua.

O crime foi cometido para "roubar", assumiu, e com isso fazer face a dívidas que tinha. Cristina confessou ter levado consigo cerca de oito mil euros, com os quais pagou uma dívida de quatro mil euros a uma pessoa que a andava a pressionar para o efeito, liquidou uma dívida de IVA da ordem dos três mil euros às Finanças, e depositou o restante no banco para assegurar o pagamento de algumas prestações da casa. Encontrou o dinheiro no cofre escondido num móvel da sala, depois ter revirado a casa ao longo de mais de uma hora, passando inclusive pelo sótão (onde conseguiu aceder depois de procurar e encontrar um escadote), e pelo anexo de apoio à piscina da residência do empresário. 

No processo deixou para trás vestígios através dos quais a Polícia Judiciária chegou até si. O inspector respnsável pela investigação adiantou ao tribunal que o ADN da arguida foi encontrado numas luvas abandonadas na casa de banho a partir da qual acedeu ao sótão, numa pequena amostra de sangue encontrada na sala, e ainda num cabelo detectado no corpo do empresário assassinado.

Mais detalhes na próxima edição do jornal O Povo Famalicense.

 

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