Terminal Ferroviário de Lousado que deverá ficar pronto até ao final de 2022 vai criar 45 postos de trabalho diretos

Medway apresentou um projeto “totalmente reformulado, mais moderno, mais arrojado, com melhor tecnologia” e com o dobro do investimento do que o inicialmente anunciado

Dois anos e meio depois de uma primeira apresentação do maior terminal ferroviário de mercadorias da Península Ibérica a construir em Vila Nova de Famalicão, a Medway, empresa líder em Portugal, voltou a apresentar o projeto “totalmente reformulado, mais moderno, mais arrojado, com melhor tecnologia” e com o dobro do investimento do que o inicialmente anunciado, tendo passado de 35 milhões de euros para 63 milhões.

Numa sessão que decorreu esta terça-feira, na Casa do Território, o Presidente do Conselho de Administração da Medway, Carlos Vasconcelos, explicou que a paragem provocada pela pandemia “permitiu-nos reformular o projeto, introduzindo melhoramentos a vários níveis, nomeadamente no que diz respeito à tecnologia de ponta, o que claro aumentou o investimento”.

Apesar disso, a obra vai avançar em breve, prevendo-se que fique concluída até final de 2022. Numa fase inicial a infraestrutura irá implicar a criação de 45 postos de trabalho diretos, anunciou o responsável.

No essencial, com a ligação ferroviária direta, através da Linha do Minho, bem como com as acessibilidades rodoviárias através de diversas vias principais, este terminal irá potenciar a indústria exportadora local, facilitando a logística das suas mercadorias, contribuindo, desse modo, para a economia e o emprego da região.

“Ao aproximarmo-nos do local de receção das mercadorias estamos a encurtar as distâncias. Com esta obra traremos o Porto Marítimo para Famalicão”, referiu Carlos Vasconcelos explicando que “este terminal irá permitir uma maior proximidade, reduzir distâncias e claro baixar custos”.

Sobre a decisão de instalar este Terminal, no concelho de Famalicão, o responsável salientou “as boas ligações ferroviárias e rodoviárias; o excelente acolhimento e ótima relação com as entidades locais; a agilidade nos requisitos de implementação; a formação de recursos humanos qualificados e a proximidade de industrias e atividades importantes para a importação e exportação”.

Satisfeito com o projeto, estava obviamente o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha que afirmou estarem “reunidas as condições para que este projeto avance muito em breve”.

“É um projeto muito importante para Famalicão, porque é um projeto indutor de desenvolvimento e que vai cativar mais empresas para Famalicão, um território que tem ainda tem um potencial de crescimento industrial muito grande”, assumiu.

"Para além do projeto ser bom em si mesmo, mas é muito melhor por aquilo que trazer para Famalicão no futuro”, acrescentou o autarca, salientando que “é inequívoco que o transporte de mercadorias vai mudar, a rodovia será cada vez menos utilizada e com este projeto Famalicão ganha um Porto Seco, porque os navios vão chegar a Leixões, vão chegar a Viana, a Aveiro e entrarão na ferrovia, chegando a este terminal, que permitirá colocar os produtos no mundo inteiro, o que fará com que o potencial exportador de Famalicão tenha condições para aumentar ainda mais”.

Da parte da Câmara Municipal de Famalicão está a criação de uma unidade de execução que tem como objetivo dotar toda a zona envolvente ao terminal de condições infraestruturais ajustadas. Neste âmbito será criada um nova via para permitir o acesso da zona industrial de Lousado ao Terminal Ferroviário, tendo ligação à freguesia de Cabeçudos e à rede viária nacional. Será uma via estruturada com dimensão para o tráfego de pesados.

Por sua vez, com quatro linhas férreas de 750 metros, o Terminal Ferroviário terá uma área de 220 mil metros quadrados e capacidade para 11.000 TEU (cada TEU equivale a cerca de 6,1 metros, o comprimento de um contentor-padrão de mercadorias). Prevê a circulação de 6 a 8 comboios diários e 500.000 movimentos anuais de contentores.

O projeto inclui também ligação para contentores refrigerados, área reservada para mercadoria perigosa, espaços para armazenagem e serviços logísticos, parque seguro para camiões, oficinas e vigilância 24 horas.

A Medway detém 69 locomotivas (35 elétricas e 34 a diesel) e 2.917 vagões, assim como vários terminais logísticos e uma área de manutenção e reparação de equipamento ferroviário.  Contemplará ainda um edifício administrativo com 800m2.

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